Hoje assinala-se o Dia Nacional da Luta Contra a Obesidade! Como tal o tema que vos trago hoje é precisamente sobre a obesidade.
Neste artigo vão poder encontrar os seguintes tópicos:
1. O que é a obesidade?
2. O que causa obesidade?
3. Quais são as consequências da obesidade?
4. Como prevenir a obesidade?
![peso](https://dulcesilvanutricionista.com/wp-content/uploads/2022/05/peso.jpg)
O que é a obesidade?
A obesidade consiste no excesso de adiposidade (gordura). É expressa pelo IMC (Índice de Massa Corporal) que se calcula através da seguinte fórmula:
![´Fórmula de cálculo do IMC](https://dulcesilvanutricionista.com/wp-content/uploads/2022/05/IMC_-removebg-preview-e1653053984434-300x119.png)
Em adultos, considera-se que uma pessoa é obesa quando o seu IMC é ≥ 30 kg/m².
No entanto, o IMC por si só não nos dá certeza se, de facto, a pessoa apresenta gordura em excesso. Vejamos o seguinte exemplo para perceber melhor isto:
Na imagem ao lado vemos que 2 pessoas diferentes podem ter o mesmo peso, a mesma altura e o mesmo IMC, mas apresentar diferentes percentagens de gordura corporal (algo que neste caso é visível a olho nu). Uma pode ter mais gordura e menos músculo que a outra, e vice-versa.
![Mesmo peso, diferente gordura corporal](https://dulcesilvanutricionista.com/wp-content/uploads/2022/05/mesmo_peso__gordura_diferente-removebg-preview.png)
![perímetro da cintura](https://dulcesilvanutricionista.com/wp-content/uploads/2022/05/perimetro-da-cintura-2.jpg)
Por isso, é também necessário fazer a medição do perímetro da cintura. Desta forma, conseguimos perceber se a gordura corporal se encontra maioritariamente na parte abdominal, sendo esta a mais preocupante!
O que causa obesidade?
A obesidade surge quando a ingestão calórica é superior ao gasto. Ou seja,“Se comes mais calorias do que aquelas que gastas, então o teu peso vai aumentar”.
Este consumo excessivo de calorias encontra-se associado a uma grande ingestão de alimentos ricos em açúcar e gordura (ex.: batatas fritas, fast food, bolos, bolachas, refrigerantes …) e à pouca prática de atividade física (postos de trabalho cada vez mais sedentários, maior utilização do carro para deslocação para os mais variados locais, …)
![](https://dulcesilvanutricionista.com/wp-content/uploads/2022/05/deposito-de-combustivel.jpg)
Para entender melhor o conceito de ingestão calórica vs. gasto calórico, pense no seguinte raciocínio:
Imagine que vai pôr combustível no seu carro. Se tentar colocar mais do que a capacidade que o depósito tem, o combustível irá transbordar e não será aproveitado para o que seria suposto (e irá desperdiçar dinheiro também!).
Ora, à semelhança do seu carro, o seu corpo não vai usar as calorias a mais que lhe der. Em vez disso, ele vai acumulando-as sob a forma de gordura! Eis que o seu peso começa a aumentar!
Que outros fatores podem levar ao aumento de peso?
Não há dúvida que consumo excessivo de calorias e a falta de atividade física são as principais razões para o aumento de peso. No entanto, há outros fatores que também podem contribuir:
– problemas hormonais (Ex.: Síndrome de Cushing, Síndrome do ovário Poliquístico);
– determinados medicamentos;
– stress e problemas emocionais (O stress por si só não nos faz engordar. O que acontece é que quando estamos stressados, tristes ou aborrecidos, podemos ter tendência a comer mais. Ao comermos mais, estamos a ingerir mais calorias, logo, o peso poderá aumentar)
– sono de má qualidade (Alguns estudos mostram que quanto menor o número de horas de sono, maior é a probabilidade de ter excesso de peso e obesidade. Isto porque as hormonas que são libertadas durante o sono influenciam o apetite. Não é à toa que se diz que “Dormir é meio sustento”)
– ambiente envolvente (Aquilo que nos rodeia poderá influenciar as nossas escolhas alimentares: os hábitos dos nossos amigos e família; o marketing e a publicidade a determinados alimentos; a (des)informação sobre saúde e nutrição que nos chega através das redes sociais; …)
Quais são as consequências da obesidade?
Como “uma desgraça nunca vem só”, a obesidade é meio caminho andado para o desenvolvimento de outras doenças. E estas podem ser bem mais complicadas de gerir!
![avc e enfarte](https://dulcesilvanutricionista.com/wp-content/uploads/2022/05/batimento-cardiaco.png)
doenças cardiovasculares (AVC e enfarte)
![diabetes](https://dulcesilvanutricionista.com/wp-content/uploads/2022/05/sugar-blood-level.png)
diabetes
![rins](https://dulcesilvanutricionista.com/wp-content/uploads/2022/05/rins.png)
doença renal crónica
![](https://dulcesilvanutricionista.com/wp-content/uploads/2022/05/artrite.png)
artrite (doenças que afeta as articulações)
![cancro do colon](https://dulcesilvanutricionista.com/wp-content/uploads/2022/05/colon-1.png)
alguns tipos de cancro (cancro do cólon, cancro do fígado, cancro da próstata, ...)
Como prevenir a obesidade?
A nível individual
Individualmente, cada pessoa pode e deve:
– diminuir o consumo de alimentos ricos em gordura e açúcar;
– aumentar o consumo de fruta e hortícolas;
– praticar atividade física regularmente.
Ao nível da sociedade
Ao nível da sociedade, é importante a existência de políticas que façam com que a prática de atividade física e as escolhas alimentares mais saudáveis estejam ao alcance de todos os cidadãos.
Um exemplo disto é o imposto sobre as bebidas açucaradas que entrou em vigor em Portugal no ano de 2017. De acordo com a Lei n.º42/2016, as bebidas açucaradas com um teor de açúcar ≥80g/litro apresentam uma taxa de imposto de €16,46/hectolitro e as bebidas açucaradas cujo teor de açúcar seja <80g/litro apresentam uma taxa de imposto de €8,22/hectolitro.
Um ano após a implementação desta taxa verificou-se:
![](https://dulcesilvanutricionista.com/wp-content/uploads/2022/05/grafico-para-baixo.png)
pequena redução no volume de vendas de bebidas açucaradas
![](https://dulcesilvanutricionista.com/wp-content/uploads/2022/05/refrigerante.png)
menor número de bebidas com teor de açúcar superior a 8g por 100 ml de bebida (várias marcas de refrigerantes reformularam o teor de açúcar das suas bebidas)
![](https://dulcesilvanutricionista.com/wp-content/uploads/2022/05/acucar.png)
menos 5630 toneladas de açúcar consumidas
Esta taxa de imposto foi reformulada em 2019, com o objetivo de continuar a incentivar a indústria alimentar a reduzir o açúcar adicionado às bebidas açucaradas. Atualmente apresenta as seguintes categorias de acordo com o teor de açúcar presente nas bebidas açucaradas:
>80g/litro –> €20,00/hectolitro
50-80g/litro –> €8,00/hectolitro
25-50g/litro –> €6,00/hectolitro
<25g/litro –> €1,00/hectolitro
Com este exemplo conseguimos facilmente perceber que a indústria alimentar tem um papel fundamental na promoção de hábitos alimentares saudáveis.
A par da implementação de políticas nutricionais e reformulação de alimentos e bebidas, é também importante promover a literacia alimentar. Assim, a população saberá onde procurar informação fiável sobre nutrição e alimentação; conseguirá interpretar e compreender a informação obtida; e será capaz de utilizar essa informação para fazer escolhas alimentares mais conscientes e saudáveis.
#nutrircom(cons)ciência
Referências bibliográficas
- https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight
- https://www.nhlbi.nih.gov/health/overweight-and-obesity/causes
- https://www.portugal.gov.pt/download-ficheiros/ficheiro.aspx?v=%3D%3DBAAAAB%2BLCAAAAAAABAAzM7I0AQCQMNv8BAAAAA%3D%3D
- https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=414434213&DESTAQUESmodo=2